quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma coroa

Castelo, serviçais, mordomos, banquetes, ouro, diamantes. Infinitas riquezas. Quando penso num rei e no peso de sua coroa, não deixo de imaginar a pomposidade e status que ele ostenta. Quando criança lembro de meu pai contando as histórias dos grandes reis do passado, dos contos de fadas e imaginava aqueles castelos tendo o desejo de ser um daqueles reis.Nem que fosse apenas por um momento. Os reis pareciam tão felizes. Tinham tudo e não precisava de mais nada, e caso precisassem, era só pedir que seus mais leais servos realizariam o seu desejo.

Um autor aclamado conta que numa de suas visitas reais, a Rainha Elizabeth II ao visitar os EUA levava mil e oitocentos quilos de bagagem, incluindo dois trajes para cada ocasião, um traje para luto no caso de alguém morrer,quarenta quartilhos de plasma e assentos de pelica branca para vasos sanitários. Trouxe sua cabeleleira, dois camareiros e uma infinidade de atendentes. Ele termina dizendo:

" Uma rápida visita da realeza a um país estrangeiro pode facilmente custar 20 milhões de doláres"

Com certeza a mulherada ficou com inveja. Não é para menos, já que isso parece surreal para o cotidiano que conhecemos. Mas rainha é rainha e esse título dispensa qualquer tipo de explicação. Um rei tem posse de tudo aquilo que está em seu poder e ninguém pode negar sua autoridade.


Penso como seria no passado quando as monarquias governavam a Europa.Quando o príncipe estaria prestes a se tornar um rei. Quem possuia sangue real, desde seus primeiros anos deveria ser treinado para um dia tomar posse do seu futuro trono. Seria ensinado a lidar com exércitos, a comandar uma nação, a lidar com Conselhos. E creio que a medida que ia crescendo aquela coroa que seu pai ostentava iria tomando mais e mais respeito em seu coração. A ansiedade toma conta e um dia o jovem príncipe seria honrado com a coroa que qualquer súdito desejaria, mas não tiveram a mesma sorte de nascer num berço da realeza. Coroa de ouro, adornada com pedras preciosas, reluzente como se fosse polida a cada dia. Uma coroa impecável!


Mas voltemos a realidade. Em Roma para ser mais preciso. Possivelmente num dia sombrio ou noite escura alguns soldados romanos foram em alguns jardins dos seus territórios arrancar alguns galhos espinhosos. E em meio a gargalhadas retorciam estes galhos e arquitetaram uma coroa. Quem sabe não se sentiram orgulhosos de seu trabalho e se cumprimentavam, pois era daquela exata forma que desejavam que fosse. "Ficou perfeita!" poderiam ter dito. Agora precisamos de um manto real! - outro pode ter dito.  Pegaram qualquer tipo de pano, de cor escarlate e caminharam para Jerusalém.


Lá estava um Rei. O Rei dos Reis! Criador e Dono do Universo. Sangrando e em silêncio, pois guardava em Si a Perfeita nobreza de um Salvador. Moido e imolado se fez menor que Seus súditos, Suas criaturas. 

E a sua coroa não era de ouro, rubi ou diamantes. Apenas de espinhos. E ela não foi colocada com respeito ou honrarias. Pressionada para ferir e sangrar Àquele que já havia sido castigado com açoites. Vestiram-no o manto que possivelmente grudou Às suas costas sangradas o que tornou ainda mais doloroso retira-la para a crucificação. Não bastava sofrer, era necessário zombar do Auto-entitulado Rei dos Judeus.

Continuo fascinado pelas histórias dos reis. Mas esse Rei fascina muito mais que todos os outros. Tomou o lugar de súdito e se fez o pior deles. 


O Que Te fez deixar o Céu, Criador da Vida? O que Te fez pisar na terra suja, o que O fez deixar Seu trono,Seu domínio? 
E é constragedor a voz que responde dentro de mim: você.

                                                                                                                  Por: Iuri Vasconcelos

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